tropecei no bambolê também porque usei uma velocidade muito acima do necessário pra buscar a bola
de vôlei que
Ia cair
em Cheio
no Jardim do velho rabugento, eu
já estava vendo
aquelas Margaridas
Voando
com as pétalas
em migalhas, culpa da cortada
Mal dada
diretamente na cabeça das
Plantinhas.
Eu corri, mas tropecei no bambolê intrometido, esquecido na beira da calçada acho que até por mim, e caí
de joelho
no asfalto sem poder evitar
a morte, as pétalas
Voaram
exatamente do jeito que eu imaginei porque não era a primeira vez.
Deu pra ouvir os passos
pesados
Do velho rabugento descendo as escadas Louco da vida,
louco também pra furar a nossa bola pra sempre, assim a gente parava de Destruir
O jardim
Até tentávamos brincar longe
Da casa
Do velho, mas
que batata, a bola
tinha Imã e caia categoricamente em cima
das plantinhas mais bonitas do Jardim, pra matar.
Corri pra pegar a bola antes do velho, o sangue no joelho
escorrido pra canela
não me assustava porque
eu ainda não tinha o visto.
Peguei a bola, o bambolê (mas não devia) a mão da minha amiga que me disse preocupada:
-cê tá bem?
Fiz Uhum com a cabeça, só pensava em dar o fora antes do velho chegar, tínhamos a idade curta ao nosso favor o que era
um vento e corremos
Pra dentro
Da minha casa, latejantes.
2 criminosas.
-Bandidinhas! – o velho gritou
Ouvimos com o coração
na boca.
Tínhamos medo da cara do velho. Fechamos a porta pra tudo isso e sentamos de costas pra ela
Rindo
Nervosas, tão
meninas. Foi quando eu vi a minha meia antes branca
Agora
Vermelha.
Foi quando eu vi o Rombo
no joelho
direito, tudo vermelho na minha
Pele
Marrom. Senti um Peso na perna como se eu não pudesse dar mais nenhum passo na vida, o olho
Ficou molhado,
As bochechas
Vermelhas molhadas,
A boca
Salgada Abrindo do tamanho do mundo
pra chorar muito
Alto,
assim quem sabe a minha mãe conseguia me ouvir.
Bem divertido! Gostei!
brigada Hang! um beijo!